- Rúben, para quê que foi isso? - disse-lhe, nem reparei que estava a gritar. - Eu gosto do Luke, eu amo o Luke e cada vez tenho mais a certeza disto. Eu só te vejo como um irmão, isto foi como beijar um irmão. Se me amas como dizes devias respeitar o que te digo e ficar feliz por eu estar, mesmo que não seja contigo.
E sai de casa dele a correr.
Fui para casa e limpei as lágrimas. "Vá Maria não vais ficar assim por causa disto. Limpa as lágrimas e ergue a cabeça. Esquece isto. " pensei. Fui à casa de banho retocar a maquilhagem.
Faltavam 2 dias para o aniversário do Luke. Surgira uma enorme ideia na minha cabeça, mas tinha que esperar que o meu pai chegasse a casa e ainda ia ter aulas à tarde por isso fui almoçar e voltei para a escola.
Estive o resto da tarde bastante triste. O Rúben era o meu irmão mais velho, mas agora essa imagem só se misturava com a do beijo e ficava enojada.
- O que tens? - perguntou Teresa durante a última aula.
- Nada... - disse-lhe.
- Já devias saber que esconderes-me coisas não resulta.
- Ok tens razão... O Rúben disse-me que gosta de mim e beijou-me.
- Gostas dele?
- Estás louca? Eu gosto do Luke.
- Só perguntei calma... E como é que ficaste quando ele te beijou?
- Sai de casa dele a correr. Como é que te sentias se o teu irmão te beijasse?
- A questão é que apesar de veres o Rúben como tal, ele não é teu irmão. E era tão óbvio que ele gostava de ti.
- Era? - perguntei-lhe surpreendida.
- Era... Ele olhava para ti de uma maneira tão querida.
- Eu nunca percebi isso...
- O quê que a menina não percebeu? - perguntou a minha professora, virei-me para trás e vi que ela estava mesmo atrás de mim.
- Ah, não é nada 'stora. A Teresa já me explicou e ela percebe muito disto. - respondi.
- A próxima vez que tiver uma dúvida fale comigo e não distraia a sua colega, percebido?
- Sim. - quando terminei de dizer isto, tocou para a saída e toda a gente saiu da sala.
Quando ia a sair da escola reconheci o carro do Rúben parado.
Decidi dar uma volta maior, não ia passar por ele.
- Teresa, está ali o Rúben, vens comigo. Vou por ali, apesar da volta ser maior. - disse-lhe apontando para onde ia.
- Vou... - respondeu-me com um sorriso.
Enquanto íamos andando, íamos conversando. Comecei a contar-lhe a minha ideia.
- Achas que os teus pais vão deixar?
- Não sei mas só para ver aquele sorriso dele, eu faço tudo. - disse-lhe lembrando-me do sorriso do Luke
Demorámos mas finalmente tínhamos chegado à minha rua, a Teresa foi para a casa dela e quando eu quando ia chegar perto da minha porta vejo o Rúben lá sentado a chorar.
Não sabia se devia ir ter com ele ou não. "Porra Rúben porquê que tinhas de estragar tudo." pensei. Fui ter com ele e sentei-me ao seu lado.
Ele olhou para mim e limpou as lágrimas.
- Eu vi-te lá na escola... Foste dar uma volta maior para não teres de passar por mim. - disse ele.
- Sim... É verdade.
- Achas que eu escolhi apaixonar-me por ti. Era tudo mais fácil se eu me tivesse apaixonado por qualquer outra pessoa. Como é que achas que eu fiquei quando naquele dia disseste que nem todos os rapazes eram como eu, como se ser como eu fosse uma coisa horrível. Eu não escolhi apaixonar-me por ti. Foi algo que aconteceu sem eu controlar. Desculpa ter-te beijado.
Fiquei sem saber o que dizer.
- Desculpa a minha reação. Mas tens de pensar também em como eu fiquei...
- Eu sei, que para ti não é fácil... E tal como eu não escolhi gostar de ti, tu também não escolheste não gostar de mim...
- É... Nós não controlamos estas coisas.
- Dás me um abraço?
Olhei para ele apreensiva.
- É só um abraço. - disse-me ele.
Abracei-o.
- Bem Rú tem de ir para casa tratar de umas coisas. Fica bem. - disse sorrindo, dando-lhe um beijo na testa e entrando em casa.
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